quarta-feira, 9 de junho de 2010

Reflexão da VIII semana de estágio (31/05 a 04/06)




Reflexão da semana VIII do estágio

O progresso das crianças na realização das atividades propostas e o entrosamento de todos é notável, evidenciando o aprendizado através de atividades em grupo com liberdade de expressão, que até então era muito “defasada”. As dinâmicas propostas como: “o Robô e Zip - Zap mostram a superação da maioria da turma em aceitar “dar as mãos ao outro”, aceitar e respeitar o colega com suas diferenças. O trabalho em grupo está resgatando a amizade, o contato com colega de forma divertida. Mais uma semana se passou e com ela vi um crescimento significativo de aprendizagem no aluno e consequentemente meu crescimento, profissional e pessoal. Há uma inter-relação entre todos nós, fazendo com que haja mais confiança e respeito entre todos. No data Show compartilhamos do clip da Xuxa com a música Viver, onde fizemos reflexão da mesma e cantamos acompanhando a melodia. Eu me admirei que os alunos (inclusive os adolescentes) participaram com entusiasmo. Apenas um de 14 anos que reagiu com deboche e os demais o criticaram dizendo que as pessoas gostam das músicas da Xuxa, fazendo com que o mesmo ficasse quieto e não estragasse o entusiasmo da turma. A música contagiou a turma de tal forma que o menino que havia criticado nos surpreendeu cantando também. Houve um debate bastante forte em relação a letra da música. Desenharam sobre a natureza e escreveram frases de “socorro da mãe natureza” interagindo uns com os outros. Em duplas, cada aluno recebeu uma cartela com números que correspondem ao dobro e triplo dos números do dado. Deveriam marcar o dobro ou triplo dos números tirados com o jogo do dado. Foi um jogo muito divertido que aguçou o calculo mental. Procurei problematizar depois que brincaram bastante, “Se o jogador tirou o número 6 no dado, quais números da cartela ele poderia cobrir?” E assim fui criando novas possibilidades para responderem de acordo com o raciocínio lógico. Um dos fatos que me chamou bastante a atenção foi que mais de um aluno criaram problematizações para o outro grupo responder. Os trabalhos em grupos está sendo muito produtivo. Houve participação efetiva das crianças. Em outro momento da aula iniciei resgatando os conhecimentos prévios do aluno, perguntando o que eles sabiam sobre a extinção de animais? O que significava a palavra extinção? E assim introduzi o inicio da produção textual, enfatizando os cuidados que o homem deve ter para não ser um agente exterminador dos animais. Neste momento tivemos (eu e os alunos) a alegria de interagir com a Tutora Bianca o "plano das focas" para combater os homens que as capturam levando-as a extinção. Interagiram com interesse em busca por estratégias para dar continuidade a idéia central e o final da historinha que havia o começo. O processo de troca de conhecimento está de fato acontecendo, e com muito empenho da maioria, o que no inicio do estágio ainda não o faziam. Fica evidente que o aluno necessita interagir com o outro, que aprendendo com o outro nossa auto estima e autonomia se eleva consideravelmente. Hoje os alunos estão mais seguros e tranqüilos em compartilhar ideias com colegas e professora, o que me deixa muito contente.
Claro, que é só o inicio de uma caminhada que nos propusemos a realizar, pensando em alcançar, não grandes frutos, mas frutos pequenos que sejam, mas deliciosos, no processo do ensino – aprendizagem, com liberdade de ação e autonomia para o bem coletivo, com coragem e ousadia de mudar nossa postura frente a uma nova realidade escolar e social. Com isso tenho como apoio as palavras sabias do grande educador Paulo Freire:
“É preciso ousar, no sentido pleno desta palavra, para falar em amor sem temor ser chamado de piegas, de meloso, de a-científico, se não de anticientífico. É preciso ousar para dizer cientificamente que estudamos, aprendemos, ensinamos, conhecemos com nosso corpo inteiro. Com sentimentos, com emoções, com os desejos, com os medos, com as dúvidas com a paixão também com a razão crítica. Jamais com esta apenas. É preciso ousar para jamais dicotomizar o cognitivo de emocional” (Professora sim, tia não – cartas a quem ousa ensinar. São Paulo: Olho D’Água, 1993, p. 10).
Referências:
FREIRE, PAULO. Professora sim, tia não – cartas a quem ousa ensinar,
São Paulo: Olho D’água, 2000, P. 10.

Um comentário:

Anice - Tutora PEAD disse...

Olá, Ione!

De fato, graças a tua "ousadia" agora estás identificando as mudanças positivas dos alunos. A cooperação e a autonomia se fazem presentes e teus exemplos nos ajudam a compreender melhor o contexto da tua sala de aula.

Grande abraço, Anice.