sexta-feira, 25 de setembro de 2009

LETRAMENTO, SUAS APLICAÇÕES E IMPLICAÇÕES

O termo letramento ainda é recente no vocabulário da educação brasileira, com isso a instituição escolar está a cada dia se interando ao novo termo e suas implicações e aplicações, problematizando o mesmo com indagações, questionamentos, hipóteses(...) Na medida em que a escola vai se interando e descobrindo novas maneiras de trabalhar em sala de aula, e a partir, justamente dessas descobertas de estudos à respeito, consequentemente haverá um olhar significativo a aprendizagem do aluno . A escola como afirma Kleiman, não se preocupa com o letramento social e sim apenas com um tipo de letramento, o escolar. Acredito que a escola - educadores hoje estão à procura de novas competências de ensinar, ou seja, em busca da valorização do sujeito letrado, sendo que a escola hoje deve não só se preocupar com a leitura e escrita do aluno, mas sim com a oralidade, privilegiando de maneira gradativa o estudo do conhecimento linguístico, seu funcionamento e suas ocorrências, interagindo com educando, na busca por interesses comuns, individuais e coletivos, estimulando aprendizagens significativas a todos, sem distinção, levando em consideração o meio em que vivem, seja de ordem religiosa, cultural, étnica. Enfim, a construção da função social da leitura e da escrita deve acontecer a partir do contexto em que o individuo está inserido. “É preciso que a escola se abra para a heterogeneidade dos ritmos e práticas sociais presentes nela própria e na sociedade como um todo. Será que a escola acolhe o que se passa fora dela, leva ou não em conta o que acontece e como acontece? ”(MULTIEDUCAÇÃO proposta, 1993. In: http://www/rio.rj.gov.br/multirio/cime/ME24_004.html)

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Reflexão sobre entrevista com educadores da EJA

Segunda Proposta
Foram 4 propostas de Saída de Campo para que escolhêssemos uma na realização da atividade. Nós do grupo10, em comum acordo optamos pela 2ª proposta. Reunimo-nos no pólo para colocar nossas considerações a respeito das entrevistas realizadas junto aos educadores da EJA (6 educadores). Foi de grande valia para mim e acredito que para todas nós, o conhecimento que adquirimos através da troca de ideias entre os componentes do grupo a partir da análise das colocações dos educadores e fundamentadas em leituras sugeridas. Constatamos que predominou entre os seis educadores entrevistados a idéia de que a educação de jovens e adultos abrange alunos a partir de 15 anos até + ou – 18 anos (faixa etária) enquanto o adulto é aquele que está acima dos 18 anos, sem um limite máximo de idade. Os jovens são aqueles que geralmente “não deram certo” no ensino regular, isto é, muitas repetências, evasão e outros... Que muitos foram os fatores que contribuíram para saída e volta aos estudos. O fato de alunos pertencerem a diferentes grupos culturais, educadores crêem que não interfere no funcionamento cognitivo, pelo contrário, diferentes saberes ajudam no desenvolvimento do ser, no início até pode dar algum probleminha, mas na verdade, geralmente é superado. Tanto o jovem como o adulto trazem características culturais e experiências de vida para sala de aula, havendo troca de saberes. O diálogo, trabalho de equipe, mostrar diferentes caminhos são elementos fundamentais para que o trabalho da EJA seja bem-sucedido. Então, há por parte do sistema a valorização devida dos profissionais da EJA para um trabalho que possa ser considerado bem-sucedido na realidade? Independente de ser Jovem ou adulto os mesmos procuram oportunidade de melhores condições de interação em seu contexto social, pessoal, intelectual, através da EJA (...)
Estou aprendendo com esta interdisciplina desde o início, e a interagir com o grupo na busca de conhecimento coletivo em relação a EJA. Este semestre promete muitas interações - aprendizagens!

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

REFLEXÃO E APRENDIZAGEM - SURDOS




A primeira aula presencial de Língua Brasileira de Sinais – Libras com certeza foi apenas o início de um conhecimento ímpar e marcante. A aula foi magnífica, não foi cansativa, fazendo com que todos participassem com prazer da proposta de aprendizagem. A interprete Maria Cristina Viana Laguna traduzia muito bem os sinais da professora para que entendêssemos os gestos. Eu totalmente leiga no assunto, sinceramente me assustava muito encontrar pessoas surdas, pois não sabia o que fazer, que atitude tomar e ainda não sei, claro, mas agora surgiu uma “luz” a partir da aula presencial, no sentido confesso, de um voto de confiança pra mim mesma, que vou conseguir ver e sentir de outra maneira a língua de sinais, e suas implicações.”A língua dos sinais, para o surdo, tem um valor importantíssimo: é ela que possibilita seu relacionamento com o mundo surdo e com o ouvinte; é a língua através da qual expõe naturalmente suas emoções”.( Língua Brasileira de Sinais – Libras. P. 39) A professora também explicou que a pessoa que admite ser surdo não é considerada deficiente auditivo. O que gerou muita polêmica, inclusive. Fiquei sabendo também como muitos colegas que Dia 26 de setembro é o dia dos surdos historicamente. Esse dia foi marcado pela chegada de um francês no Brasil que criou uma escola de surdos, a primeira escola de surdos. Este dia é de movimento dos surdos, ocupados no dia deles, fazendo eventos, oficinas, promovendo movimentos etc. Também explicou que os sinais do alfabeto são diferentes, por exemplo, no Brasil, França e Estados Unidos, porque existe influência histórica, a França foi onde criou os primeiros sinais, quando chegou aqui ela foi sendo modificada, assim como nos Estados Unidos. Outros países também têm seus Alfabetos Manuais (...). Senti através da prática que houve aprendizagem, conhecimento por pequeno que pareça, aprendi alguns poucos sinais na “hora” representando através de sinais a nossa idade e nome de cada um. Houve um interagir em grupo, trocando conhecimento. Além de a professora Carolina Hessel Silveira transmitir com muita facilidade e habilidade, tanto a teoria como a prática, demonstrou sabedoria através de sua larga experiência. Transmitindo segurança, nos deixou a vontade para a qualquer momento fazer interferências e tirar dúvidas que foram muitas, com certeza. Um assunto que pra mim particularmente era um tabu, na verdade, continua sendo, claro, mas sem medo de errar. Eu me surpreendi repetindo os gestos da professora, porque até então, nunca havia realizado qualquer movimento de sinais – Libras. Na atual conjuntura escolar precisamos ter um conhecimento mínimo que seja para podermos receber alunos com deficiência auditiva ou sem o sentido da audição. Ainda não tenho certeza da diferença, ou qual é a diferença, exatamente?!... Teria muito mais a colocar, mas vou parar por aqui e desejar para todos nós uma ótima aprendizagem neste novo desafio da interdisciplina de Língua Brasileira de Sinais – Libras, que promete muito conhecimento e competências transformadoras em nossa prática pedagógica, pessoal, intelectual, social etc.
Referências: Língua Brasileira de Sinais – Libra, Josiane Juni Facundo de Almeida e Silvana Araújo Silva, p. 39

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

“CRIATIVIDADE MUTILADA”


Ao ler o texto “O menininho”, de Helen Buckley, lembrei de um caso mostrado no fantástico alguns anos atrás. Em um laboratório de pesquisas cientificas viviam dois ursos há muitos anos, que serviam de cobaias para experiências de laboratório. Não eram seres humanos, mas assemelha-se ao caso do menininho com a criatividade mutilada. Os ursos viviam em uma espécie de cubículo, os quais não conseguiam caminhar e muito menos virar-se de lado, ou trocar de posição. Apenas faziam o movimento do corpo pra frente e pra trás. Um belo dia os cientistas resolveram levá-los para uma floresta e trazer novos ursos para cobaias. Deixaram – os lá, para viverem novamente junto a natureza. Mas infelizmente os cientistas constataram observando-os por algum tempo, que os ursos apenas faziam os mesmos movimentos (pra frente e pra trás) repetitivos de outrora. Não saiam do lugar, não conseguiam se adaptar mais a vasta extensão de área que poderiam usufruir. Hoje me deparo refletindo sobre minha Didática pedagógica, mudanças de competências. Fico a pensar de quantas vezes cobrei atividades sem que o aluno pudesse usar de sua criatividade, sem oralidade de opinião. Apenas responder (“copiar e colar”) com todas as letras o que estava escrito, ou seja, de método como estímulo - resposta. E muitas vezes “ainda me pego” repetindo o mesmo fazer pedagógico. É evidente que após iniciar a graduação e agora a aula presencial, como a primeira leitura, meu olhar toma novo rumo. Eu me coloco no lugar das crianças e sinto o quanto tenho que mudar ainda em prol de uma nova maneira de ensinar. Os tempos são outros e temos que acompanhar as mudanças de hábitos e costumes, por mais difícil que nos pareça. Não há mais lugar para o educador que não se propõe a mudar. Por um motivo simples, segundo Moretto: “Quem não se atualizar vai formar pessoas fora de seu tempo” (Nova Escola – setembro, 2000, p. 12).