quarta-feira, 16 de junho de 2010

Reflexão -- Estágio - Semana IX – 07/06 a 15/06



Foi uma semana estendida, pois terminei o estágio ontem (15/06) terça – feira, onde me convenci realmente que o trabalho em grupo deve ser uma permanente em sala de aula, pois além de elevar a auto – estima, permite que a criança fortaleça os laços de amizade, aceitando as diferenças de cada um, desenvolvendo a autonomia. Lembro dos primeiros trabalhos em grupo que realizei com a turma, foi preciso exercitar esta nova maneira de realizar atividades compartilhadas, eles sentavam juntos e conversavam outros assuntos, não sabiam na verdade o que era trocar ideias, pois poucas foram às vezes que haviam realizado trabalhos desta forma. Ainda existe crianças que se negam a realizare trabalhos em grupo, outro dia me surpreendi com a resposta de uma aluna quando indagada porque não trocava ideias com os colegas, ela me respondeu: “Prô, minha mãe não deixa eu perguntar nada para os colegas, só pra ti, tu tens que responder o que te pergunto, e não meus colegas, (e chorava...) minha mãe disse que posso sentar junto mas não posso trocar ideias como tu diz”, fiquei atônita com a resposta e tratei de convencer a menina e a mãe da necessidade e do grande ganho de conhecimento de todos com essa nova postura de realizar atividades. Esta última semana veio culminar um trabalho de conquista, aprendemos a partilhar e compartilhar experiências com os outros. A produção textual "A Revolução das focas”, por exemplo, realizada no editor de textos eletrônico comprovou mais uma vez que o trabalho onde todos participam os resultados com certeza é positivo. Interagi no sentido de orientação na busca (na internet) por imagens de focas, no processo de copiar e colar no trabalho. Fui de computador em computador e salvei algumas produções textuais no meu pendrive. Uma menina exclamou: “Prô, a nossa aula está MARA!”... (maravilha). (Essas colocações nos instigam a continuar e colocar em prática o que aprendemos com as interdisciplinas no PEAD). Procurei orientar e transmitir os conhecimentos que possuo sobre informática, permitindo a participação efetiva do aluno no manuseio dos computadores da escola e o no meu próprio computador, com internet móvel. Tenho um aluno que está encantado com o mundo da informática, pois não sabia nem como ligar um computador, assim como eu, imagina? Ele diz: “Prô eu não tenho computador, mas agora nós podemos sempre vim aqui, né”? Eu lhe respondi, que duas vezes por semana farei o possível para isso acontecer. O que me chamou muito a atenção neste final de estágio foi os alunos demonstrarem através das atividades propostas estarem mais familiarizados com LI e consequetemente com a internet, realizando pesquisas, realizando descobertas, sanando dúvidas e confirmando certezas. Posso dizer que culminei o estágio de “alma lavada”, como se diz, com uma prática pedagógica voltada aos interesses do aluno, com postura de prática pedagógica inovada, onde o aluno teve participação intensa, fazendo interferências e interagindo no processo de aprendizagem.
Como nos coloca o grande educador Paulo Freire:
“Só existe saber na invenção, na reivindicação, na busca inquieta, impaciente, permanente, que os homens fazem no mundo, com o mundo e com os outros... Fora de busca, for de práxis os homens não podem ser”...
FREIRE, Paulo. Currículo e pedagogia de Paulo Freire. Caderno Pedagógico, nº 2, Semana Pedagógica Paulo Freire, 2001 (P. 47)

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Reflexão da VIII semana de estágio (31/05 a 04/06)




Reflexão da semana VIII do estágio

O progresso das crianças na realização das atividades propostas e o entrosamento de todos é notável, evidenciando o aprendizado através de atividades em grupo com liberdade de expressão, que até então era muito “defasada”. As dinâmicas propostas como: “o Robô e Zip - Zap mostram a superação da maioria da turma em aceitar “dar as mãos ao outro”, aceitar e respeitar o colega com suas diferenças. O trabalho em grupo está resgatando a amizade, o contato com colega de forma divertida. Mais uma semana se passou e com ela vi um crescimento significativo de aprendizagem no aluno e consequentemente meu crescimento, profissional e pessoal. Há uma inter-relação entre todos nós, fazendo com que haja mais confiança e respeito entre todos. No data Show compartilhamos do clip da Xuxa com a música Viver, onde fizemos reflexão da mesma e cantamos acompanhando a melodia. Eu me admirei que os alunos (inclusive os adolescentes) participaram com entusiasmo. Apenas um de 14 anos que reagiu com deboche e os demais o criticaram dizendo que as pessoas gostam das músicas da Xuxa, fazendo com que o mesmo ficasse quieto e não estragasse o entusiasmo da turma. A música contagiou a turma de tal forma que o menino que havia criticado nos surpreendeu cantando também. Houve um debate bastante forte em relação a letra da música. Desenharam sobre a natureza e escreveram frases de “socorro da mãe natureza” interagindo uns com os outros. Em duplas, cada aluno recebeu uma cartela com números que correspondem ao dobro e triplo dos números do dado. Deveriam marcar o dobro ou triplo dos números tirados com o jogo do dado. Foi um jogo muito divertido que aguçou o calculo mental. Procurei problematizar depois que brincaram bastante, “Se o jogador tirou o número 6 no dado, quais números da cartela ele poderia cobrir?” E assim fui criando novas possibilidades para responderem de acordo com o raciocínio lógico. Um dos fatos que me chamou bastante a atenção foi que mais de um aluno criaram problematizações para o outro grupo responder. Os trabalhos em grupos está sendo muito produtivo. Houve participação efetiva das crianças. Em outro momento da aula iniciei resgatando os conhecimentos prévios do aluno, perguntando o que eles sabiam sobre a extinção de animais? O que significava a palavra extinção? E assim introduzi o inicio da produção textual, enfatizando os cuidados que o homem deve ter para não ser um agente exterminador dos animais. Neste momento tivemos (eu e os alunos) a alegria de interagir com a Tutora Bianca o "plano das focas" para combater os homens que as capturam levando-as a extinção. Interagiram com interesse em busca por estratégias para dar continuidade a idéia central e o final da historinha que havia o começo. O processo de troca de conhecimento está de fato acontecendo, e com muito empenho da maioria, o que no inicio do estágio ainda não o faziam. Fica evidente que o aluno necessita interagir com o outro, que aprendendo com o outro nossa auto estima e autonomia se eleva consideravelmente. Hoje os alunos estão mais seguros e tranqüilos em compartilhar ideias com colegas e professora, o que me deixa muito contente.
Claro, que é só o inicio de uma caminhada que nos propusemos a realizar, pensando em alcançar, não grandes frutos, mas frutos pequenos que sejam, mas deliciosos, no processo do ensino – aprendizagem, com liberdade de ação e autonomia para o bem coletivo, com coragem e ousadia de mudar nossa postura frente a uma nova realidade escolar e social. Com isso tenho como apoio as palavras sabias do grande educador Paulo Freire:
“É preciso ousar, no sentido pleno desta palavra, para falar em amor sem temor ser chamado de piegas, de meloso, de a-científico, se não de anticientífico. É preciso ousar para dizer cientificamente que estudamos, aprendemos, ensinamos, conhecemos com nosso corpo inteiro. Com sentimentos, com emoções, com os desejos, com os medos, com as dúvidas com a paixão também com a razão crítica. Jamais com esta apenas. É preciso ousar para jamais dicotomizar o cognitivo de emocional” (Professora sim, tia não – cartas a quem ousa ensinar. São Paulo: Olho D’Água, 1993, p. 10).
Referências:
FREIRE, PAULO. Professora sim, tia não – cartas a quem ousa ensinar,
São Paulo: Olho D’água, 2000, P. 10.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Reflexão da VII semana de estágio (24/05 a 28/05)




Postagem referente a semana XI de 26 a 02/06


A cada semana que passa sinto que o aluno está conseguindo interagir com os outros no processo do desenvolvimento das atividades propostas, com aprendizagem compartilhada. Por exemplo: As percepções e representações da natureza. Entreguei uma folha com palavras de significados diferentes para representarem as mesmas com desenhos. No primeiro momento desenharam individualmente, num segundo momento trocaram os desenhos com colegas, para compararem os mesmos, e num terceiro momento foi uma roda de conversa problematizando os desenhos realizados, o que interagiram com respaldo às questões levantadas. Através de suas representações mostraram individualmente a idéia que cada um tem de si e sua relação com o que de fato “pensam” e contemplam através do desenhos suas concepções de natureza. O trabalho foi um sucesso! Houve interesse das crianças na realização do mesmo. Eles interagiram muito bem! No texto: (Tele) natureza e a construção do natural: um olhar sobre imagens de natureza na publicidade. Marise Basso Amaral “É nesse tempo que somos chamados a atuar, a fazer es¬colhas, a selecionar textos e conteúdos para nossos estudan¬tes. É nesse contexto que precisamos, cada vez mais, questio¬nar o que nos parece óbvio, o que aparece como dado, como natural. Ficou evidente que os alunos através de suas representações mostraram individualmente a idéia que cada um tem de si e sua relação com o que de fato “pensam” e contemplaram através do desenhos suas concepções de natureza.
Esta aula rendeu “frutos saborosos”, apesar de iniciarmos a aula sem energia elétrica pude (felizmente) realizar a aula planejada com o uso do notebook e internet móvel. Quando a principio citei a letra da música sem me referir que era uma música, já iniciou-se a problematização. Uma aluna disse: - Prô eu não gostei dessas palavras “ora bolas”, eu detesto quando uma pessoa fala assim! (...) E eu lhe afirmei que iria gostar que ela teria um novo olhar para com estas palavras. Selecionei a música (letra e interpretação escrita), eles leram “Ora bolas” (Paulo Tati e Sandra Peres, Coleção – Canções de brincar. São Paulo, 1996). Fiz a representação junto com eles, desde os vizinhos, bairro, cidade, estado, país, continente e finalmente o mundo, ou seja, o planeta em que vivemos. Cada caixa representou um lugar dos citados. Um aluno buscou o globo para que pudéssemos procurar juntos, o Brasil, a América do Sul, o continente americano, e consequentemente eles foram localizando no mapa mundi outros lugares que o interessavam. A música mexeu definitivamente com as crianças, que vibraram com a mesma. Cantaram e bateram palmas acompanhando o ritmo da mesma. No final da atividade a “A menina que havia feito um comentário disse:” É prô, agora eu tenho outra idéia da expressão Ora bolas”!
Me inspirei na realização desta atividade na leitura do livro de Estudos Sociais Teoria e Prática p, 71 associando a mesma a seguinte afirmação: “Piaget e outros pesquisadores demonstraram, através de seus estudos, que a relação de inclusão de cidades em estados e estados em países só é resolvida satisfatoriamente pela criança por volta dos 9-10 anos. Crianças mais novas conseguem ligar as partes com o todo:no caso de territórios, elas simplesmente justapõem uns aos outros sem compreender que eles fazem parte de um todo. Compreendem, por exemplo, que a cidade faz parte do país” com a atividade proposta aos meus alunos. As crianças assimilaram bem a noção de espaço e localização. Ficou evidente que consegui colocar em prática as teorias que aprendi nas interdisciplinas dos semestres passados.